Na foto vertical, Mateus em primeiro plano, ligeiramente inclinado para frente. Ele tem barba curta e cabelos pretos. Usa veste uma camiseta preta e sorri. Atrás dele e à esquerda, está Viviane, uma mulher de cabelos castanhos escuros e lisos, na altura dos ombros. Usa uma blusa preta e uma alça de bolsa vinho atravessa seu ombro. Ela também sorri. Ao fundo, há uma área de parque, com árvores altas, gramado e uma pista asfaltada.
#PraTodosVerem: Na foto vertical, Mateus em primeiro plano, ligeiramente inclinado para frente. Ele tem barba curta e cabelos pretos. Usa veste uma camiseta preta e sorri. Atrás dele e à esquerda, está Viviane, uma mulher de cabelos castanhos escuros e lisos, na altura dos ombros. Usa uma blusa preta e uma alça de bolsa vinho atravessa seu ombro. Ela também sorri. Ao fundo, há uma área de parque, com árvores altas, gramado e uma pista asfaltada.

Apesar de ser a principal causa genética de deficiência intelectual, essa condição ainda é pouco conhecida, mal compreendida e, muitas vezes, ignorada nas políticas de inclusão e no mercado de trabalho. Mas por trás dessa invisibilidade estão pessoas reais, com histórias que merecem ser contadas — como a de Mateus e sua mãe, Viviane Quaresma de Menezes Gomes.

Mateus é um jovem com Síndrome do X Frágil, e como muitos que convivem com essa condição, enfrentou obstáculos imensos após concluir o ensino médio. A pandemia agravou ainda mais a transição para a vida adulta, deixando-o sem perspectivas de ocupação ou convivência social. Foi nesse cenário que surgiu a oportunidade de participar das atividades do Instituto Buko Kaesemodel, por meio do programa Eu Digo X, que oferece apoio a famílias afetadas pela síndrome.

A Síndrome do X Frágil é uma condição genética que afeta o desenvolvimento cognitivo e pode impactar habilidades de comunicação, comportamento social e aprendizagem. Ainda assim, quem convive com o diagnóstico não é incapaz — apenas precisa de apoio estruturado, acolhimento e, sobretudo, oportunidades reais.

Foi a partir desse olhar que o Programa Despertar, uma iniciativa do Centro Universitário Internacional Uninter em parceria com o Instituto IBGPEX, começou a atuar. O projeto foi pensado justamente para jovens como Mateus: pessoas com deficiência intelectual que precisam de um espaço seguro e preparado para desenvolver habilidades, ganhar autonomia e se preparar para o mundo do trabalho.

Com oficinas de culinária, informática, arteterapia, istração e práticas integrativas, o Despertar oferece uma formação que respeita as particularidades de cada participante. No caso de Mateus, a arteterapia foi o ponto de virada: por meio do desenho, ele encontrou uma nova forma de expressão, fortaleceu sua autoestima e ou a interagir melhor com colegas e familiares.

Mais do que capacitar, o programa oferece convivência, pertencimento e propósito — elementos essenciais para qualquer jovem, e ainda mais cruciais para quem vive com uma condição como a Síndrome do X Frágil. A presença de uma equipe multidisciplinar e o envolvimento das famílias completam esse ecossistema de apoio e desenvolvimento.

Os números, infelizmente, ainda mostram uma realidade difícil. Segundo um levantamento da Diversitera, pessoas com deficiência intelectual representam menos de 0,1% da força de trabalho no Brasil, e quando empregadas, recebem 46% a menos do que seus colegas sem deficiência, mesmo exercendo a mesma função. Esses dados não refletem falta de capacidade, mas sim falta de preparo e de vontade política para realizar a inclusão verdadeira.

Como bem disse Viviane, a mãe de Mateus, “tudo depende do olhar, do acolhimento e da disposição para fazer a verdadeira inclusão. Só precisa boa vontade.” E é isso mesmo. Quando há compromisso real, como mostram os projetos Eu Digo X e Despertar, os resultados aparecem — não apenas em números, mas em vidas transformadas. Os projetos demonstram que falar sobre a Síndrome do X Frágil é um o importante para dar visibilidade a uma condição ainda cercada por silêncio.